Foi publicado no jornal Tribuna do Paraná de 19/12/2012 o primeiro texto sobre minha viagem ao Japão. A ideia surgiu do diretor de redação da Tribuna, Rafael Tavares, ao ouvir os meus relatos sobre como fiquei impressionado com as diferenças entre o Brasil e o Japão.
E todos os textos que eu vou publicar na Tribuna, resumo com uma única palavra: educação. O Japão é a prova do que a educação faz por um povo. E a esperança de que um dia fará o mesmo pelo Brasil.
Avião
Para chegar ao Japão, viajei de São Paulo a Chicago, nos Estados Unidos. Lá eu embarcaria em um voo para Tóquio. E o Japão já começou a mostrar sua cara no aeroporto de Chicago.
No portão de embarque, quase todos eram japoneses e, ao contrário dos portões com voos para destinos dentro dos EUA, o silêncio imperava. No momento do embarque, mais um detalhe chamou a atenção. No Brasil, quando o voo é anunciado, as pessoas correm para o portão como se fosse o estouro da boiada. Mas os japoneses aguardavam sentados o seu grupo de embarque ser chamado.

A porta do avião foi fechada pontualmente e ele começou a taxiar na pista para levantar voo. Foram mais de 10 minutos. Ao ajeitar o avião para decolagem, antes de dar potência nas turbinas, o piloto pediu desculpas aos passageiros pelo longo período na pista e prometeu recuperar esses minutos durante o voo. E assim foi!
Duas horas depois, ao ser servido um lanche, já comecei a me sentir um pouco no Japão. As aeromoças distribuíram pequenos panos quentes, do tamanho de lenços, para os passageiros limparem as mãos. O japonês é extremamente exigente com a higiene.
Doze horas após decolar de Chicago, o avião pousou em Tóquio. Com os dez minutos perdidos na pista nos Estados Unidos recuperados. Ao passar pela imigração, o agente olhou para o meu passaporte e me perguntou: “Onde é Curitiba?”. Para um legítimo curitibano foi quase uma ofensa, afinal achamos que a nossa cidade é mundialmente conhecida, como diz a propaganda oficial.
No aeroporto em Tóquio, aguardando meu último voo, observei que uma regra crucial nos aeroportos brasileiros, os japoneses nem dão bola. Vi pessoas irem fazer um lanche, deixar a bagagem na cadeira e voltar só uns 10 minutos depois. No Brasil, bastaria poucos segundos para sua mala sumir para sempre.
Comentário: Ao voltar ao Brasil, quando saí do desembarque internacional de Cumbica, uma mulher se aproximou pedindo dinheiro. Fiz sinal negativo com a cabeça, resmunguei que estava cansado da viagem e ela disse que aceitava dólares. Enquanto não enfrentei fila na TAM para remarcar o meu voo para Curitiba, a Gol tinha uma fila gigantesca. Explicação da companhia: o sistema caiu. Tive certeza absoluta que já estava no meu Brasil.
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