Mórbido seria a melhor tradução para o filme japonês ‘Goth’, de 2008, do diretor Gen Takahashi. Afinal, a atração pela morte, pelos corpos sem vida, sempre despertou certo estranhamento.
Eu tive um primo que era fã de velório e cemitério. Se você comentasse que um conhecido morreu, ele pedia para ir junto ao velório, não importava se não conhecesse o defunto. Em ‘Goth’, dois estudantes desenvolvem uma amizade ao descobrir que ambos têm em comum o gosto pela morte, pelos corpos e cenas dos crimes.
O filme não assusta, não choca, não agride. O serial killer pelo qual os dois estudantes se interessam, mata sem violência e transforma os cadáveres em obras de arte. A história avança no mesmo ritmo, do começo ao fim. As cenas são longas, calmas, tranquilas. Os personagens avançam vagarosamente. Tudo parece desenrolar em um andamento fúnebre.
Ao ver uma história mórbida ser tão suave, a questão que fica é: por que ter medo da morte? Não é algo tão normal, natural, inexorável a qualquer ser humano? É assim que ‘Goth’ trata a morte. Mais um fato da vida… ou melhor, o último fato da vida.
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